O derramamento de rejeitos que resultou do colapso da Barragem de Rejeitos Fundão, operada pela Samarco na mina Germano-Alegria, no município de Mariana, Minas Gerais, ocorreu em 5 de novembro de 2015. Estima-se que 36 milhões de metros cúbicos de rejeitos (principalmente de argila e partículas de areia fina) foram dispersados para o meio ambiente, atravessando aproximadamente 680 km de cursos de água da bacia do Rio Doce e 41 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O fluxo de massa de rejeitos e materiais arrastados afetou os ecossistemas terrestres e aquáticos, além de causar fatalidades em humanos, animais e animais domésticos e a destruição de áreas agrícolas e cidades, além de comprometer as atividades socioeconômicas nas áreas afetadas pelo derrame na época do acidente.
Numerosos programas de monitoramento e investigações de pesquisa foram implementados na bacia desde então. Amostras de biota, água, sedimentos e depósitos de rejeitos foram coletadas para avaliações físicas, químicas, biológicas e ecotoxicológicas. No entanto, os resultados das análises foram relatados principalmente individualmente, ou apenas como obrigações de relatórios para órgãos reguladores e outras instituições, e não amplamente disseminados ou reunidos em uma atualização abrangente do estado do conhecimento dos impactos e recuperação dos ecossistemas afetados.
O objetivo deste simpósio é promover uma discussão científica entre pares e encorajar a disseminação conjunta dos resultados dos estudos já realizados e em andamento, a fim de fornecer uma fonte mais coerente de informações para o planejamento de recuperação ambiental, análise de risco ecotoxicológico, avaliação de danos e planejamento de monitoramento de recuperação. O público seria tanto trabalhadores ativos na área (pesquisadores, consultores, funcionários de empresas e fundações) quanto reguladores e outros interessados do governo e partes interessadas da comunidade.